domingo, 13 de janeiro de 2008

Hotel Regime

No surpreendente universo que é Luanda diz-se que os hoteis têm taxas de ocupação real que suplantarão os 100%. Espanto? Nah, afinal trata-se de Angola. Razões técnicas? Insuficiência da oferta sobre a procura. Razões menos técnicas? Assim é que é bom! A meia dúzia de hoteis existentes, incapazes de dar guarida aos milhares de viajantes que por lá aportam todos os dias, cobram os preços que querem e com isso terão lucros fabulosos. Quem sabe se não superiores ainda aos da outra exploração, a petrolífera. Algumas camas rodarão diariamente por mais do que um cliente e muitas outras serão utilizadas fora do circuito dos hoteis, em alojamentos privados. Numa informalidade naturalmente forçada pela pretensão de satisfazer as necessidades e as urgências dos clientes. Ajustar a oferta à procura? Mas isso equivaleria a um mercado mais transparente, à emissão de novas licenças, à entrada de novos operadores e ao estabelecimento de preços mais concorrenciais! Bom para os clientes? Talvez, mas certamente mau para o actual regime, onde consta cultivar-se um grande espírito hoteleiro.

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