sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Virtudes
domingo, 26 de outubro de 2008
Aeroporto Presidencial
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Geração jindungo
Blue Eyes
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
PEDRO ABRUNHOSA / ILUMINA-ME
Uns consideram o português, de Portugal, um língua difícil para se ouvir. Talvez porque, como dirão outros, comamos as sílabas. Uns e outros apontam assim o so-le-trar do português, de Portugal, como o maior obstáculo à difusão da nossa música. E dão o exemplo de um outro português, o do Brasil, que é, desde há muito, um sucesso à escala planetária. Por mim, desde este meu auditório privativo que são os joggings corridos a MP3 de música portuguesa na marginal da baía de Luanda, tenho descoberto que tudo isso afinal não passa de mais um logro de viciados desde o berço em negar o génio do que é português. Se não, ouça-se este Pedro Abrunhosa. Cuja luz consegue transformar o fétido da baía luandense numa ilusão da maresia que o mesmo Atlântico recupera tantos milhares de quilómetros a norte.
domingo, 19 de outubro de 2008
Charada do costume
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Pistolas de água
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Coro do Judas
domingo, 12 de outubro de 2008
Diabinho
Olho por olho, dente por dente
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Morais, vintages & LBV's
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Angolagate
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Poema à Mãe
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.
Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!
Olha – queres ouvir-me? –
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...
Mas – tu sabes – a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, «Os Amantes sem Dinheiro»