domingo, 30 de novembro de 2008

Judinhas

Confesso ser um distraído autor de blogue. Afinal, só agora me apercebi que o Nos Cus de Judas já fez um ano. Quem diria. Não tenho a certeza, mas creio ter batido o record da longevidade de escrita dos blogues por onde já passei. Deve ser do efeito angolano, pois por aqui tudo é muito longilíneo. Quando escrevi isto, a 4 de Novembro de 2007, não imaginava que estaria agora a justificar ter-me esquecido do primeiro aniversário. Ou que somaria entretanto 8.500 visitas ao que aqui escrevo, tudo de pessoas que não conheço pessoalmente, tirando a minha fiel Pilar. Muito menos que teria outros autores a escancararem-me a porta e a encimarem-me pretorianamente o blogue como seguidores. O que tenho considerado ter tanto de honroso quanto de inexplicável. Agora que me lembrei de me ter esquecido do aniversário, o que fazer? Até porque sou pouco dado a festins. Quando muito, como aconteceu no último, poderia fechar o blogue. Mas não desta vez, pelo menos enquanto o gozo ainda andar por aí. Então, talvez que, em época de crise, que não apenas financeira, pudesse juntar os custos da efeméride aos do mais conhecido Anónimo da blogosfera portuguesa, que fez o favor de publicar hoje um antigo texto meu. Bora lá então comemorar com uma cowboyada. Tchim tchim, Judinhas.

sábado, 29 de novembro de 2008

Ampulheta de Natal

O ano passado, por esta altura, lembro-me de já começar a acordar com a visão difusa de uma ampulheta na minha mesa de cabeceira, à qual, ainda antes de lavar os dentes, dava imaginariamente corda, virando-a do avesso para permitir que aquela nova catarata de areia ficasse a marcar-me o resto do dia. Eram vésperas do Natal mais precoce de que me lembro, após três meses em Angola e, talvez por isso, jurava estar a antecipar-se por todo o lado em meu redor, como uma sinfonia. Agora, mesmo com um mais alargado menu de relógios, de pulso, do telemóvel, do laptop, não tenho pressentido o mesmo peso no pêndulo dos dias que vão passando. Se calhar, este ano, não haverá Natal, ou havendo, apenas o angolano. O que não será, verdadeiramente, Natal. O nosso Natal. O dos meus a testemunharem-me ser também deles, o do cocktail de cheiros e sabores que já ameaçam torturar-me, o dos afectos de cuja distância certamente me farão chorar a perda, o de tantas e tantas memórias de que me recuso a despovoar, o das ausências dos que já partiram mas insistem juntar-se-nos à mesa nessa noite, o do calor gélido da ida a pé para assistir à missa-do-galo na Matriz ou, enfim, o das pequenas coisas que fomos inaugurando juntos, como o passeio de véspera pelo frio matinal da Santa Catarina, a admirar a correria consumista das pessoas cujo Natal tem de ser sempre embrulhado, ou o almoço no calor aconchegante do Abadia, como aperitivos da ceia do dia seguinte, todos juntos, como sempre estivemos até agora, mesmo os que já partiram mas insistem em juntar-se-nos nessa noite. E é por isso que, por estes dias, não tenho visto uma ampulheta na minha mesa de cabeceira, mas antes um reles vaso de vidro carregado de areia suja que me vai caindo em torrente na cabeça. Cada vez menos fina. Cada vez mais suja.

O homem dos foguetes

Presidente condiciona data das eleições presidenciais à aprovação da nova Constituição. Mais uma vez, a festa angolana está dependente do homem dos foguetes. Que não resiste a provar ser o detentor do privilégio de acender o cigarro propulsor da máxima que o celebrizou. A de ser o único a fazer a festa, atirar os foguetes e apanhar as canas. Até um dia.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Big Ricco

Depois do petróleo e dos diamantes, Angola prepara-se para iniciar a exploração de vencedores de concursos Big Brother. Crê-se que o país tem um grande futuro à frente.

Governo sombra

Mais importante do que o anúncio dos nomes dos ministros do governo de Angola é o da composição do conselho de administração da SONANGOL. Pois foi agora anunciado. Ei-lo.

domingo, 23 de novembro de 2008

T.A.P.A.

(Para quem não saiba, um automóvel aqui conduzido por estrangeiros, que tenha estacionado num qualquer local, mesmo que ermo, sob o olhar de um indígena, mesmo que a três quilómetros de distância, passa a estar automaticamente sujeito à Tabela Angolana do Parqueamento Assistido.) Naquela noite, mal pagamos o jantar, apercebemo-nos logo do problema. A conta havia sido redonda, sem trocos, pelo que não teríamos a habitual nota de duzentos quanzas para pagar o parking, ainda por cima distante do restaurante. Chegados ao carro, a sofreguidão do nosso guarda, zarolho e com falta de três dentes na montra, logo nos lembrou do erro. Ainda basculhamos nas carteiras, a ver se conseguíamos remediar minimamente a coisa, mas não se conseguiu juntar mais do que sessenta kuanzas, muito abaixo do mínimo de cem kuanzas admitido na Tabela para um estacionamento na zona dos restaurantes da ilha de Luanda. Pôs-se o carro a trabalhar, que é como a Tabela aconselha a fazer-se para acelerar eventuais desacordos de pricing, baixou-se o vidro para pagar e adicionou-se a informação de que na próxima vez poderiam dobrar a factura. Qual quê! O homem perdeu a sofreguidão inicial e pôs-se logo a recitar uma cantilena sobre ter-estado-ali-a-trabalhar-e-não-a-brincar, que-até-nem-tinha-deixado-que-partissem-faróis-e-retrovisores e que por isso não-concordava-com-a-paga-apresentada. Sendo a cantilena tão conhecida quão a Tabela, uma e outra aliás indissociáveis da corrupção mental que lavra na Angola actual, respondeu-se-lhe com a tradução portuguesa do take it or leave it. A partir daí o zarolho pôs um ar de ofendido. Devolveu-nos as notas e avisou-nos de que poderíamos ir, mas que iria partir-nos o vidro retrovisor do jipe. E tão rápido foi a dizer isto quão a atravessar a rua para recolher um calhau do separador central. A veemência da ameaça, tanto a dita quanto a demonstrada, dera-lhe subitamente uma credibilidade que o enviezamento do olhar lhe retirava. O condutor ainda saiu do carro para tentar apaziguar ânimos com a promessa de um retorno próximo, mas o mais que conseguiu foi atrair um outro indígena arrumador, este coxo, naturalmente solidário com o colega. Fiquei a pensar que, mesmo com eventuais dirtúrbios na pontaria, duas pedras sempre teriam maior probabilidade de acertarem no vidro do jipe. E assim ficaram todos a tagarelar, durante os mais pesados cinco minutos que seguramente vivi em Luanda, até que o condutor se decidiu a pedir a intervenção de um segurança de um restaurante defronte, que assistia a tudo à distância embora sem demontsrar muita vontade de se envolver. Enquanto aguardava por uma resolução daquela assembleia-geral entre condutor, arrumadores e segurança, sentado no lugar do morto e a pensar na possibilidade de poder sê-lo no sentido literal do termo, não conseguia deixar de imaginar que só mesmo muito ceguetas e muito pernetas não conseguiriam acertar um calhau numa superfície vidrada de um metro de largura por outro meio de altura. E como já visse o vidro estilhaçado e não descortinasse os porventura maiores estragos da pedra, saí do carro com o telemóvel em punho para ameaçar o segurança de que iria chamar a polícia e protestar junto da gerência do restaurante sobre a falta de capacidade para proteger os seus clientes. Foi remédio santo. O segurança ruminou algo aos outros dois, o zarolho descobriu o sorriso mais desdentado da noite, largou o pedregulho, aceitou reverentemente os sessenta kuanzas e desejou-nos boa viagem. Saímos dali a pensar que acabáramos de ter a nossa mais importante lição sobre a T.A.P.A..

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Predadores

Comecei a ler «Predadores» de Pepetela, escritor angolano que não conhecia, muito embora já detentor de um Prémio Camões. Ao fim das primeiras vinte e sete páginas, já deu para perceber que quase tudo o que se tem escrito sobre Angola, designadamente na blogosfera, é uma perda de tempo. Porque quase tudo o que é Angola, incluindo o que se escreve na blogosfera, está lá. Esperam-me 357 páginas de eufórica gazeta ao blogue.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A lei da gasosa

Uma manhã de sábado e uma tarde de domingo a conduzir e ser parado três vezes e meia pela polícia de trânsito de Luanda será obra. Ou muito empenho na gasosa. Afinal, o que tem de especial um jipe cinzento metalizado por tantos riscos, com uma letra a querer soltar-se da matrícula, o guarda-lamas amassado a atestar tantas entradas gloriosas em rotundas e retrovisores e faróis milagrosamente en su sítio, senão o facto de ser conduzido por dois brancos com aspecto de entradotes e, quem sabe, com a carteira recheada de kuanzas, quiçá até dólares? Curiosa a forma como, nestes casos, se portam os agentes das forças-da-lei. Que é como por aqui chamam aos polícias de trânsito. Apresentam-se aos automobilistas a levar a mão enluvada até à altura da orelha, a gozar uma continência, voz e gestos lentos, a manear as ancas à John Wayne, coldre ocupado pelo livro das multas e olhar tão vago quão displicente para o exterior do automóvel, como quem procura um primeiro substantivo para iniciar o texto do relatório que precederá a multa, ou a ameaça dela por bem mais lucrativa. Os documentos da viatura, nem sei se por favor. Chatice. Não os temos, algum colega lá da empresa foi autuado antes e ter-se-á esquecido de levantar os documentos logo após a liquidação da multa. Porra e então agora? Eh pá, calma lá, se o gajo se está a atirar à gasosa vai ter de suar por ela, afinal hoje até é sábado, temos tempo, vamos lá dar-lhe uma banhada. Ah ganda tuga! Resultou. Afinal, um branco com aspecto de já entradote, com uma carrada de papéis na mão, a brami-los à vez após cada nova pergunta, acabaria por cansar o agente. E certamente a fazê-lo pensar que não faltariam outros brancos com aspecto de já entradotes a quem bem poderia depenar uma gasosa sem ser obrigado a tanto esforço para lhes tentar perceber o linguajar. À segunda paragem, durante a noite, nova lenga-lenga vitoriosa sobre uma-multa-que-já-está-paga-mas-os-documentos-só-os–podemos-levantar-na-próxima-segunda-feira, com a novidade de agora haver um farol que não acende. Ai sim? Ora diga lá qual deles? Bora lá ver então! O quê? Ai há bocado estava apagado? No domingo de manhã, certamente que após a promoção por todas as esquadras de Luanda do concurso Quem Será Capaz De Cravar Uma Gasosa Aos Dois Tugas Com Aspecto De Já Entradotes Que Andam Para Aí A Pregar Uma Lenga-Lenga Sobre Uma-Multa-Que-Já-Está-Paga-Mas-Os-Documentos-Só-Os-Podemos-Levantar-Na-Próxima-Segunda-Feira, nova paragem. Só que este, mesmo que avisado do concurso, não parecia ter tido a sapiência de ler as regras. Resultado, mais um patinho fardado. Mas logo uns quilómetros a seguir à terceira paragem, surge a meia. Só que já enebriados pela inimputabilidade ante a polícia de trânsito angolana, que calça luvinhas brancas roubadas dos cartoons da Disney, nem parámos, deixando o homenzinho de braço no ar, a bufar no apito com a sofreguidão de um asmático e finalmente a gesticular no nosso retrovisor, cada vez mais pequeno, pequenino, tão insignificante quanto a natural propensão para afundar mágoas na gasosa.

domingo, 16 de novembro de 2008

Carrinhos de choque

Desde o início da minha estadia aqui que me tenho recusado a conduzir. Por assumidamente não conseguir fazê-lo neste carrocel de carrinhos de choque que é o trânsito de Luanda. Com toda a certeza, o único local do mundo onde é proibido que os automóveis circulem sem um único risco na pintura, ou um mínimo de três amolgadelas na carroçaria, ou a falha de pelo menos um dos espelhos retrovisores, ou qualquer uma das duas chapas da matrícula, onde faltam quase sempre ou um número ou uma letra, ou o pára-brisas estilhaçado em pelo menos dez por cento da superfície, ou uma das janelas tapada por um plástico preto, ou um dos pára-choques fracturado, embora colado nas pontas por uma fita-adesiva que tem uma côr diferente da da carroçaria, ou qualquer um dos tampões das jantes, quando existam tampões, ou quando existam jantes, ou qualquer uma das luzes alaranjadas que sinalizam as travagens, quando não são as brancas da marcha-atrás, ou as dos piscas, ou quando sinalizam mudanças de direcção, quando há alguma direcção, ou quando simplesmente existam luzes, de dia ou de noite, ou desviar das motos que apitam no meio do caos, como se anunciassem a chegada de uma avalanche, quando não circulam em sentido contrário, ou quando galgam dos passeios, ou simplesmente do nada, ou estancar perante a chegada monárquica das carrinhas dos candongueiros, antênticos Hell Angels do trâfego de Angola, por onde há sempre um trilho a seguir, por isso o seguem, mesmo que por fora da estrada, ou talvez por isso mesmo, porque ainda que se diga que não encartados, seriam vencedores de qualquer rally urbano no mundo, ou, finalmente, conduzir com o braço esquerdo de fora, a reluzir o relógio ou a pulseira dourada comprados meia hora antes nos semáforos do largo do Kinaxixi, onde todos os automobilistas de Luanda se costumam reunir, geralmente ao fim da tarde, para se presentearem uns aos outros com festivos toques de buzina misturadas com carícias de pára-choques, quando não de chapas batidas, enquanto compram maços de cigarros nas tabacarias ambulantes, ou o pão fresco que ficou desde a manhã a suar nos sacos de plástico dos vendedores de rua, numa confraternização a que eu assisto, obrigado, tal como a não poder conduzir nesta Luanda.

Seguidores

Reparei recentemente que tinha dois «Followers» à porta do blogue. Como sou um old fashion nestas coisas, imaginei logo que fossem uma qualquer espécie de convite para confraternizar na internet, tipo Hi5’s e quejandos, a que tenho por hábito fulminar logo com o Delete. Mesmo que ainda continue a pensar, como o tenho feito nas duas últimas semanas, que se calhar deveria antes ter reclamado aquele prémio de quinhentas mil libras esterlinas que terei ganho por não-sei-o-quê-do-meu-e-mail. Talvez por isso, desta vez não saquei o Delete do coldre e decidi-me antes a espreitar pelo ralo de vidro do manual de instruções d'«O Que Fazer Quando Há Dois Followers À Porta Do Blogue». E quem lá vejo? Dois compinchas da blogosfera daqui, o F. da Casa de Luanda e a m.Jo. do Seguindo Adiante. Abri-lhes logo a porta. Pois sejam bem-vindos.

sábado, 15 de novembro de 2008

TORANJA - «Laços»

A monotonia dos meus joggings matinais, no cenário igualmente monótono da calçada perigosamente esburacada da marginal, dos arbustos imundos de fezes e de gente que se habituou a pernoitar num relento de garrafas vazias, das pinceladas de urina que marcam bancos e todo o outro mobiliário que há muito deixou de ser urbano, do fétido colorido dos vários esgotos que escorrem para o mar e transformam as águas da baía de Luanda no mais pestilento arco-iris que conheço, é apenas cortada pela abstração concedida pelas músicas do MP3 que insiste também em madrugar e acompanhar-me nestas caminhadas. Como esta, dos Toranja. Já agora, um nome estúpido para a mais brilhantemente efémera banda portuguesa de sempre.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

sábado, 8 de novembro de 2008

Esquisitices

Desde o início da minha estadia neste canto do mundo que à sacramental pergunta «E então ... Angola?» habituei-me a tornar proverbial a resposta «Pois ... é um sítio bem esquisito!» E basta olhar-se para as notícias dos jornais. No mesmo dia, no mesmo jornal, há um título que diz, referindo uma fonte da ONU, que «Há tropas angolanas a combater os rebeldes congoleses» e uma outra que entretanto assegura que o Governo condena uso da força para resolução da crise na RDC. Esquisito não é? Menos esquisito, apesar de tudo, de que uma outra, ainda no mesmo jornal, referindo-se ao julgamento conhecido como «Angolagate», o tal que não tem um único angolano no banco dos réus. Os milhões de Eduardo dos Santos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Cervantes 4 - Camões 2

Quatrocentos professores cubanos vão para Angola. Surpreendentemente, enquanto em S. Salvador Sócrates abria as portas do atrelado, colocava o microfone tapado com um lenço branco ao pescoço e inaugurava o primeiro lanço da noite com um promoção de um jogo de edredons na compra de um Magalhães, a vizinha Cuba preferia encher um barco de professores impacientes por pôr os candongueiros de Luanda a insultar toda a gente na língua de Cervantes. E, no jogo da influência linguística que nos fartamos de considerar decisiva para reganhar Angola, Cuba até bate Portugal por 4 a 2. Mil.

sábado, 1 de novembro de 2008

Anonimato da História

De vez em quando, por entre o caldo sufocante da rotina acelerada que é Luanda, irrompe a frescura de uma história surpreendente. Como a contada por aquele taxista, ex-electricista, de cuja cartola biográfica faz sair um personagem que parece ter fugido de um romance de Garcia Marquez. Sem demonstrar qualquer cansaço pela travessia do Atlântico e com a fulminante metralha de uma memória polvilhada de pormenores, conta ele que, durante a guerra civil angolana, teria sido raptado pela UNITA. Cujo intuito seria o de evitar a sua permanente requisição pelo MPLA para remendar os apagões que precediam os ataques dos rebeldes aos postos governamentais. O rapto duraria 15 anos. Mas, aparentemente, não lhe terá criado grande infelicidade, pois chegaria a casar-se com uma das filhas de Sabimbi. Assegura que, no entanto, teria sido capaz de abandonar o séquito do doutor ainda antes de lhe ser declarado o óbito. E enquanto continua a carregar no pedal e a empurrar a manete da caixa de velocidades como quem vai acelerando a memória de um tempo que ficou para trás, dá o testemunho de uma página do livro da História que nunca viria a ser escrita. Como a do atraso da chegada ao Andulo das bombas químicas que a UNITA teria adquirido em desespero na Ucrânia e que, se chegadas a tempo, evitariam que o MPLA vencesse a guerra. «Pelo menos tão cedo», recorda quem sabe. Imagino quantas outras folhas vividas de romances anónimos não andarão a esvoaçar por esta Angola que continua a cheirar a petróleo e diamantes.