Uns consideram o português, de Portugal, um língua difícil para se ouvir. Talvez porque, como dirão outros, comamos as sílabas. Uns e outros apontam assim o so-le-trar do português, de Portugal, como o maior obstáculo à difusão da nossa música. E dão o exemplo de um outro português, o do Brasil, que é, desde há muito, um sucesso à escala planetária. Por mim, desde este meu auditório privativo que são os joggings corridos a MP3 de música portuguesa na marginal da baía de Luanda, tenho descoberto que tudo isso afinal não passa de mais um logro de viciados desde o berço em negar o génio do que é português. Se não, ouça-se este Pedro Abrunhosa. Cuja luz consegue transformar o fétido da baía luandense numa ilusão da maresia que o mesmo Atlântico recupera tantos milhares de quilómetros a norte.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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