
Um dos símbolos mais kitsch de Luanda são os taxis, industrialmente também conhecidos por
candongueiros. São geralmente carrinhas de nove lugares mas onde, talvez para justificarem o cognome, podem lá caber perfeitamente o dobro dos passageiros. Distinguem-se no trânsito pela sua cor azul e pelo tipo de condução. Em bom português, o
sempre-a-assapar. Desconheço se haverá algum tipo de requisitos ou formação exigíveis a um condutor destes veículos, por exemplo, a carta de condução, mas desconfio que não. Daí o seu contributo no caos que grassa nas ruas de Luanda. Desde conduzirem em contra-mão, em ruas com sentido proibido ou por cima dos passeios, até fazerem ultrapassagens pela quarta faixa da esquerda, por sinal a única via livre para quem vem do sentido inverso. Já para não acrescentar o hábito dos próprios passageiros terem de sair para os empurrarem nas subidas. Ou o destes taxistas utilizarem a zona interior das rotundas como local de paragem, regateio e pagamento das corridas. Só não poderão ser acusados de passarem linhas contínuas porque há muito que a indústria de tintas faliu por estes lados. Os sinais de trânsito mais fiáveis, para eles, são as maõs com que vão acenando das janelas e que indicam aos outros, qual GPS, o que pretendem fazer. Todo o restante trâfego fica dependente do que decidem fazer em cada momento os condutores destes taxis. Quase sempre bem dispostos, embora stressados, algo alienados nas suas boinas jamaicanas e sempre entretidos a procurar o botão que faz aumentar o som da música que transportam no tablier. Por estes lados, o kuduro é, mesmo, o que está a dar.
1 comentário:
Isto é o que chamo de adrenalina pura!!
Kharina, BR
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