sábado, 1 de dezembro de 2007

Kuduro Taxis

Um dos símbolos mais kitsch de Luanda são os taxis, industrialmente também conhecidos por candongueiros. São geralmente carrinhas de nove lugares mas onde, talvez para justificarem o cognome, podem lá caber perfeitamente o dobro dos passageiros. Distinguem-se no trânsito pela sua cor azul e pelo tipo de condução. Em bom português, o sempre-a-assapar. Desconheço se haverá algum tipo de requisitos ou formação exigíveis a um condutor destes veículos, por exemplo, a carta de condução, mas desconfio que não. Daí o seu contributo no caos que grassa nas ruas de Luanda. Desde conduzirem em contra-mão, em ruas com sentido proibido ou por cima dos passeios, até fazerem ultrapassagens pela quarta faixa da esquerda, por sinal a única via livre para quem vem do sentido inverso. Já para não acrescentar o hábito dos próprios passageiros terem de sair para os empurrarem nas subidas. Ou o destes taxistas utilizarem a zona interior das rotundas como local de paragem, regateio e pagamento das corridas. Só não poderão ser acusados de passarem linhas contínuas porque há muito que a indústria de tintas faliu por estes lados. Os sinais de trânsito mais fiáveis, para eles, são as maõs com que vão acenando das janelas e que indicam aos outros, qual GPS, o que pretendem fazer. Todo o restante trâfego fica dependente do que decidem fazer em cada momento os condutores destes taxis. Quase sempre bem dispostos, embora stressados, algo alienados nas suas boinas jamaicanas e sempre entretidos a procurar o botão que faz aumentar o som da música que transportam no tablier. Por estes lados, o kuduro é, mesmo, o que está a dar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto é o que chamo de adrenalina pura!!

Kharina, BR