sábado, 1 de dezembro de 2007

Outra Capital do Móvel

Há um mês e meio atrás, em trânsito para Luanda, recebi vários avisos para me manter atento aos sinais que me dariam os mercados locais. Porquê? Porque há muito boa gente que procura estender para Angola os negócios que vegetam em Portugal. Alugo um estaminé e transfiro para lá mercadoria mal me arranjes alguém de confiança para tomar conta da máquina registadora e dos livros. Pelo menos das folhas que forem necessárias. Pois bem, acabo de terminar a prospecção de mercado. O melhor sector para investir em Angola é, inquestionavelmente, o das cadeiras. Principalmente se forem de plástico. É o que mais se vê nas ruas de Luanda. As frentes das torres de escritórios, hoteis, bancos, lojas, agências de todos os comércios e actividades, blocos de apartamentos, vivendas, casas e barracas, estão ocupadas com os agentes das inúmeras empresas de segurança que infestam a capital angolana. Cadeiras, geralmente de plástico, onde fardas de todas as cores, tamanhos e aprumos descansam durante a ininterrupta vigília. É no que deu a propalada bandidagem de Luanda: transformou-a numa outra Capital do Móvel.

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