Por contraponto ao silêncio de outras eras, este meu descanso natalício teve a novidade de centrar a conversa de um anormal número de jantares ceados no tema Angola. Certamente que com o intuito de anteciparem as minhas justificações e/ou para demonstrarem solidariedade com a minha recente aposta africana, quer familiares quer amigos fizeram questão em divulgar-me a sua própria noção da realidade angolana. Esforço fundamentalmente protagonizado pelos que nunca lá estiveram. A informação mais partilhada era a de que Angola apresenta uma das mais elevadas e persistentes taxas mundiais de crescimento do PIB. No que indiciaria a bonomia da minha escolha. Contrariando algum do espírito natalício assim criado, esforcei-me por esclarecer que a persistência daquele indicador está em linha com os aumentos igualmente sustentados nos preços do barril de petróleo. E que aquele mesmo indicador concorre com a outra realidade de Angola ocupar o 162º lugar entre os 177 países analisados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) na construção do seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Onde se inclui uma das mais baixas taxas de esperança média de vida do mundo: 42,7 anos! O que será sinal de que uma certa ideia da vida em Angola andará a ser formatada pelos indicadores errados.
domingo, 6 de janeiro de 2008
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3 comentários:
Desculpe a pergunta , mas Roberto Ivens porquê ? o nome que subscreve é porque é da família ?
um abraço.
José Manuel Bela Morais
JMBM,
Se quiser ter a maçada de ler o primeiro postal do blogue...
Roberto : obrigado. fiquei esclarecido
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