sábado, 6 de junho de 2009

Euro quê?

Nas vésperas da reflexão sobre o sentido do meu voto nas próximas eleições europeias, aprestei-me a assistir ao último debate na RTP N entre os cabeças-de-lista dos cinco maiores partidos portugueses. A ideia era decidir se valeria a pena entrar, mais a minha mala-de-cartão, na embaixada lusa em Luanda para deixar lá uma cruzinha. Quase desconjuntei a mala. O que deveria ter sido um debate esclarecedor, pelo menos para o ouvido deste emigra pontualmente impedido de desfrutar da musicalidade dos políticos da Pátria, acabaria por se transformar numa ópera bufa. A conversa seguiu num linguajar algo parecido com o futebolês, com o quinteto-de-ataque permanentemente a ameaçar com o daltonismo das suas próprias cores, puxando para temas certamente caros a empregadas domésticas, num argumentário de cassete e, quase todos, numa postura de brilhantes barítonos incompreendidos que anseiam por se atirar para a marquesa do psicanalista. Se a ideia era apresentarem-me a Europa, pois cá por mim tenho a declarar ter ficado a conhecer muito melhor o Cunene. Fica, então, decidido. Amanhã, dia de eleições para o Parlamento Europeu, vou votar nos caranguejos das areias finas do Cabo Ledo.

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