quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Uma história mal contada

A globalização tem destas coisas. O que num canto do mundo é visto como discriminação, num outro pretende ser nivelador. A maioria das deputadas portuguesas, por exemplo, considerou discriminatória a fixação de quotas femininas no Parlamento. Por aqui, olha-se como niveladora a obrigatoriedade de empregar angolanos em todas as estruturas directivas das empresas petrolíferas. Como se as empresas privadas ganhassem alguma coisa em empregar expatriados ao dobro, triplo, quadruplo, ou até mais, do custo de um trabalhador local se com produtividade idêntica. Não há dúvida de que é sempre mais fácil decretar estas coisas do que investir na exigência. Mundos. Separados, creio, apenas pelo tempo. O que as mulheres tugas recusam por sexista, os angolanos aproveitam como esmola. Para, porventura, passarem a sonhar com mais um daqueles espadas em segunda mão importados dos Emiratos que fazem morrer de inveja os vizinhos. Os que não terão leis proteccionistas para salvaguar a evolução na carreira. Ou no desemprego.

6 comentários:

septuagenário disse...

Se o petróleo é dos angolanos, se quem manda são os angolanos, se os angolanos teem cabeça para pensar...Porque não há-de ser como eles pretendem?

Aliás, isto sim. é "investir na exigência"!

Roberto Ivens disse...

Septuagenário,

Entendamo-nos. Angola e os angolanos são, ou deveriam ser, livres de decidir o que quiserem. Inclusivè fechar fronteiras ou expulsar bloggers. Mas o método de decretar lugares-sombra para os locais, simplesmente, é errado. E demagogo...

septuagenário disse...

Errado? demagogia?

Podiamos dizer que é tudo igual ao litro, mas no caso é igual ao barril!

Mas ainda se distingue o real do virtual? duvido.

Roberto Ivens disse...

Septuagenário,

Eis uma, a sua, questão deveras complicada e à qual não sei responder...

Anónimo disse...

Estes pulas destes blogs andamn mesmo a precisor de levar aperto.Mordem a mão que lhes dá de comer. Na terra deles andam a viver de c´reditos bancarios para terem uma casa na Reboleira. Em Angola julgam-se grandes, e melhor que os pretos. Temos de lhe acertar o passo mesmo.Tiritos e só param no Rossio como em 75! PQP

Roberto Ivens disse...

Pois. Já seria de esperar que um PQP aqui surgisse com o estigma do Pula. À falta de melhores argumentos...