quinta-feira, 4 de junho de 2009

História a escalpelizar

Portugal é um dos alvos principais da guerrilha em Cabinda. Num país de que se diz ter tantos segredos quantos os contratos de petróleo, há um que é considerado o mais mal guardado de todos. O da inexistência de guerrilha em Cabinda. Tantas vezes anunciado o fim da FLEC, mesmo que por antigos militantes entretanto seduzidos pelo partido do poder, espanta-se que, afinal, a guerrilha cabinda ameace cortar cabeças aos estrangeiros que por lá cirandam. E logo privilegiando as dos tugas! Tudo por causa de um ininteligível processo de descolonização levado a cabo pelos portugueses, que entregaram esta província aos angolanos que eles referem nunca ter sido. Como desconfio que este imbróglio histórico não ficaria melhor esclarecido se fosse protagonizado por um descendente dos ex-colonos, decidi-me para já a riscar Cabinda da minha agenda mais próxima. Entretanto, fico na expectativa de que a guerrilha local passe rapidamente o cisma para os colonizadores dos tempos modernos. Os chineses. Que sempre terão a vantagem de oferecer uns escalpes bem mais maneirinhos.

2 comentários:

m.Jo. disse...

Escalpos chineses levam vantagem. Eu, pelo menos, nunca vi um chinês careca.
Carecas naturais, digo.

Roberto Ivens disse...

m.Jo.,

Bem observado! Se calhar foi mesmo Buda quem proibiu a concorrência...