
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Pensamento de Ano Velho (II)

domingo, 30 de dezembro de 2007
Pensamento de Ano Velho (I)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Visto assim...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Natal angolano

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Em cada porto uma memória
Os especialistas em sistemas de informação são os novos navegadores do mundo global. Cada vez mais pagos por projecto, calcorreiam o mundo de laptop a tiracolo, sempre na expectativa da dobragem de um informático cabo da boa esperança. Sendo um povo com pergaminhos na matéria, tenho encontrado por aqui alguns tugas que têm feito de Angola destino de sucessivos embarques e desembarques. Um deles anda nisto há já dezoito anos, saltando de uma fronteira política para outra e anotando as diferenças desta tribalista e colorida África. A verdadeira, a que existe para além das notícias dos telejornais. Depois de tantas cruzadas, tem a sabedoria de quem há muito defralda velas e vidas por estes, ainda agora e talvez para sempre, lusos oceanos de gente. São Tomé e a pesada humidade do clima, que tanto atrai mosquitos como doenças e cria frutos a uma velocidade muito superior a qualquer recolha humana. O cálido e calmo Cabo Verde,cuja mestiçagem o vai tornando cada vez mais ibérico. Os suaves moçambicanos, aparentemente alheados da mudança da capital do império para Pretória. Também Luanda, porto a que tem arrivado mais frequentemente por cada vez serem mais as caravelas que por aqui vão lançando ferro. Fala-se com este navegador e percebe-se que legenda as recordações africanas em português. Com a memorável excepção da enfermeira francesa voluntária num hospital do Mali, que parece recordar em grandes travellings mudos. Também é deste tipo de replays que se vão alimentando os sonhos dos marinheiros que cirandam por estas paragens.
sábado, 8 de dezembro de 2007
Judas?

O respeitinho é muito bonito

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Sinfonia lusitana

domingo, 2 de dezembro de 2007
Violência gratuita

sábado, 1 de dezembro de 2007
Kuduro Taxis

Outra Capital do Móvel

terça-feira, 27 de novembro de 2007
Angola foi nossa?
Descoberta de uma navegação de fim-de-semana na internet é a página pessoal de Telémaco A. Pissarro, um Tuga que por aqui andou e que publicou este Angola 1951 - 1975, que é um diário de memórias e simultaneamente um valioso testemunho histórico. Não acrescento o pleonástico pessoal por não reconhecer quaisquer testemunhos impessoais. É um testemunho longo, algo obsessivo, simultaneamente apaixonado e sofrido, centrado na própria experiência de vida do autor e por isso mesmo recheado dos pormenores que uma leitura mais distanciada não propiciariam. Imperdível. Nalguns trechos e fotos, de leitura e visionamento quase irrespiráveis.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
A vingança das passadeiras

domingo, 25 de novembro de 2007
Romanos fumados

sábado, 24 de novembro de 2007
Tráfico automóvel

sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Fraca bancarização

quinta-feira, 22 de novembro de 2007
O vendedor das Cucas

Um destes dias, enquanto curava a minha primeira dor de estômago com o zapping de breves surtidas de net no hall do bar do hotel, fui forçado a testemunhar os relatórios telefónicos de um Tuga vendedor de material hospitalar. Absolutamente aos berros, para que todos acompanhássemos os seus imperceptíveis objectivos comerciais, relatava a alguém as peripécias do seu certamente acutilante quotidiano, enquanto sorvia sucessivas Cucas cujas latas fazia desfilar no tampo da mesa como se fizessem parte de um cortejo. O curioso da cena, para além da truculência de mastigar cada cigarro nos intervalos das cervejas, é que se referia em surdina aos seus contactos. «O padrinho de cá», «Os gajos que mandam», «Depositem-me na conta porque vou ter de lhes untar as mãos», isto pontuado de inúmeros «Sabes como é». Num dado momento, quem estava do lado de lá da linha terá referido o nome de alguém. O vendedor atalhou logo, como que escandalizado pela eventual quebra de confessionalidade da conversa. «Não digas nomes, não digas nomes ao telefone, sabe-se lá quem poderá estar à escuta.» Por mim, senti-me reconfortado. Por mais recônditos que sejam os locais por onde andemos, sabem tão bem certos reencontros com a Pátria.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Saia uma gasosa

Afinal, onde pára a senhora?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Alteração editorial
Acabo de retocar o título do blogue, na sequência do comentário do "passei, vi e" ao meu último postal e que desde já agradeço. Erro assumido. Se fosse dos que não resistem à piada fácil, acrescentaria que por não ser grande entendedor na matéria.
domingo, 18 de novembro de 2007
Plano Camões

Não existem quaisquer censos recentes em Angola. No entanto, estima-se que sejam cerca de 16 milhões os angolanos residentes e que 54% tem menos de 20 anos. Este challenge demográfico poderia também converter-se num outro desafio para a língua portuguesa, do tipo Plano Marshall, que tem aqui uma enorme e talvez única oportunidade de renovação. Haja no Terreiro do Paço maior clarividência do que estátuas ao grande Luís Vaz e se saiba aproveitar as excedentes virtudes pedagógicas do professorado em Portugal, antes que seja extinto pelo surto de doenças profissionais que ultimamente o tem acometido.
sábado, 10 de novembro de 2007
Scanners do costume

Há especialistas em rostos que afiançam que os negros são todos iguais. Ao que estes reagem com a mesma convicção de que também o serão brancos, chineses, indianos, árabes, indios, aborígenes, esquimós e marcianos. Muito embora não me arrisque a tanto, dou por mim a pensar na minha notória maior dificuldade em distinguir os indivíduos das multidões de Luanda. Dificuldades não extensíveis a todos os grupos, já que alguns se fazem sobressair naturalmente, como os que vestem fatos de casas de costura, empunham relógios de marca, ou conduzem modelos de automóveis que sei não existirem à venda por aqui. Pertencerão certamente aos grupos das elites, com poder e influência para se abastecerem em Joanesburgo ou Lisboa. Com estas o meu velho scanner visual não se engana: são os mesmos do costume.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
No centro do pântano

O grande estaleiro
Lembro uma frase do deputado do CDS e actual CEO da Unicer, António Pires de Lima: «Angola tem sido a salvação para muitos quadros portugueses que estavam encalhados em Portugal.»
Não sei se ele terá dito isto na sua qualidade de deputado da Nação ou na de gestor, mas desconfio bem que tenha sido na da última. Desde logo porque à maioria dos primeiros não é atribuída mais clarividência que a do conhecimento dos pratos-do-dia nos restaurantes das redondezas de S. Bento. Depois, porque Pires de Lima estará numa posição privilegiada para sustentar o que diz, pois que lidera um dos mais bem sucedidos grupos económicos portugueses. Conhecerá a realidade, portanto, bem melhor do que qualquer político. Tenho-lhe dado razão nestes meus escassos quinze dias no terreno, muito embora com uma ressalva: não serão apenas portugueses os encalhados, pois que os há por cá praticamente de todos os estaleiros do mundo.
domingo, 4 de novembro de 2007
Só sei que...

Na volta, parei para o cumprimentar. Disse que também me havia reconhecido, muito embora com a hesitação de quem se interroga se a simples alteração de cenários justificaria uma sociabilidade há tanto tempo suspensa. Contrariamente a mim, era um habituée de Luanda, que conhecia ainda dos tempos da colonização portuguesa, no seu entender um must quando comparado com os actuais. No que começa a ser um curioso standard opinativo para a maioria dos portugueses que vou conhecendo por aqui, mesmo para os que nunca conheceram a Angola do antes da independência. O que não deixa de ser uma particularidade muito nossa, esta de ter opinião sobre o que verdadeiramente não conhecemos muito bem.
Faz lembrar Miguel Esteves Cardoso e uma sua crónica, plena de explicação sociológica, de há muitos anos atrás. Escrevia ele que existirá em Portugal um verbo que não se aprende nas escolas, o «sóssaber», utilizado sobretudo nas respostas aos inquéritos de rua das TV’s. Qualquer que seja a pergunta --- «É a favor do referendo prévio à Constituição Europeia?» ou «Fará algum sentido investir, simultaneamente, num novo aeroporto e no TGV quando ambos são meios de transportes antagónicos?» --- a resposta tenderá a ser a mesma: «Olhe, eu desse assunto não percebo nada, "só sei" é que isto anda cada vez pior»...
Blogues, exploradores & marisqueiras

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